segunda-feira, 14 de junho de 2010

vida ciber


Deixa eu te contar
Algo que ainda não sabe
Você tem poder de alterar
Sua vida ciber.
Saiba que você
Neste corpo animal
Está se degradando e se tornando
Vida artificial...
Deixa eu te contar
O que estou percebendo
Tudo neste mundo muito louco
Está perecendo
Desde as crendices populares
Se é menina ou menino?
Até no seu retrato - deletado
Está escolhendo o destino.
Aqui nesta vida - artificial,
Alteram-se os corpos femininos
Pra pular carnaval.
Altera-se o perfil
Descartável refil
Assim como as pedras transformadas
Pelas águas do rio...

você já parou para pensar?!?

Você já parou para pensar
se o sul é no chui ou se é no canadá
Você já parou para pensar
se o sul é no chui ou se é no cana
cana dá - cana dá - cana dá - cana dá
cana dá cana pois alguém que corta
a cana mata com toda a gana
aquele que embolsa a grana

Você já parou para pensar
se o sul é no chui ou se é no amapá
Você já parou para pensar
se o sul é no chui ou se é no amapá
quem ama pá, ama martelo, ama a foice ama enxada...
ama a luta pela terra e por isso faz a guerra, nesta vida programada
Você já parou para pensar
se o sul é no chui ou se é no ceará
Você já parou para pensar
se o sul é no chui ou se é no ceará
será que a ceara do seringueiro que corta a seringueira a vida inteira está cansada
de extrair matéria pra ser matéria: obsolescência programada

você já parou para pesar porque uns tem que penar enquanto outros aproveitam, deleitam, deitam e rolam jamais consolam –
quando veem ignoram...
a cana que é cortada,
a guerra que é travada,
o vício, início do precipício / o crime, o banco, a recompensa / o BBB ao invés da sapiência

Você já parou para pensar se o sul é no chui ou se é no canadá, amapá, ceará, quixadá, macapá ou quem sabe ibirubá.

somos vento

somos a voz calada do povo que surgirá do silêncio rompendo grilhões
somos o soprar dos quatro ventos que varre o pó da ganância e dá direções
somos ventos, somos voz, somos tempo, somos nós, somos vento
somos ventos, somos voz, somos tempo, somos nós, somos vento

vamos – erga junto a bandeira que é embalada pelo nosso cantar
vamos: saia dessa gaveta – que te aprisiona e te mostra qual estrada pegar
seja vento, seja voz, seja tempo, seja nós, seja vento
seja vento, seja voz, seja tempo, seja nós, seja vento

O poeta já falou e o mundo inteiro ouviu
violentas são as margens que oprimem sempre o rio
O poeta já falou e o mundo inteiro ouviu
violentas são as margens que sempre oprimem o rio
seja ventania e voz – seja tempo seja nós
seja rebeldia, seja poesia, seja os dedos que desata os nós.

soldados da terra

Tempero de campo e lida charqueada
Ficou estampada nas brechas do couro
Com força de touro, destino amargo
Mirou campo largo e não matadouro
Lamúrio inimigo jogado no ar
No fundo o cantar da lança guerreira
que em tropa negreira fez o contraponto
Histórias e contos, vida saladeira
E a alforria que foi prometida:
Levantam moirões por tua liberdade
Teu sangue na terra ficou tão ausente.
Ilusão na mente de ter igualdade
E hoje tua alma campeia igualdade,
desejos, saudades, mundo sem fronteiras
sem cores e sotaques que vem demarcar
em cada lugar a sua bandeira.

pedros, pedreiros e prantos

pedros pedreiros, parceiros de prantos
pedros pretos, pedros brancos
desilusão – é o teu quintal
e o que sobrou de tua vida?
pedro fulano / pedro de tal

chegando dos cantos cidade qualquer
trazendo na mala tristeza colhida
da vida sofrida pela intolerância
e pela ganância de falsos irmãos
são pedros não santos. São pedros pagãos

pedros pedreiros, parceiros de prantos
pedros pretos, pedros brancos
desilusão – é o teu quintal
e o que sobrou de tua vida?
pedro de tal

são filhos do mundo imundos ou não
afogam tristezas na água que arde
no frio de uma tarde vazia do agosto
nas rugas do rosto, destino de tantos
são pedros não santos. São pedros pagãos

la paz borrada

Veo alli un rostro sufrido
Señal de un mundo Ditacdor
Que crea tanto la vida como la muerte
Que crea el color, el gusto y el amor

Veo alli frases malditas
Que el pobre pueblo se obliga a escuchar
Como un rebaño que segue la madrina
y caminan en serie no pueden llorar

Tenemos sonrisas pero queremos un llanto
tenemos que callar nuestra voz social
tenemos que aguantar las ganas de los otros
sin mismo luchar por un mundo igual
tenemos que aguantar las ganas de los otros
tenemos que callar nuestra voz social

Miro alli un niño, tristeza
Que el “creador” las abandonó
Calidas en la tierra se parecen con bichos
Comiendo la basura que los otros dejaron

Miro alli un mundo muy malo
que es creador de la soledad
la paz es borrada al grito del arma
Que cerra el sueño de tener libertad

Meu canto


meu canto é rebeldia, é protesto, é lamento
palavras que vão no vento... meu canto é poesia...
sujeitando um novo dia sem misérias nem tormentos.

Meu canto é voz do povo prenunciando liberdade
meu canto é identidade de valentes peleadores...
que esqueceram suas dores lutando por igualdade.

Meu canto é identidade da senzala e do sertão
é Zumbi e Lampião numa comunhão guerreira...
é Sepé com boleadeira fazendo a revolução.

Meu canto é banzo índio... é grito do torturado...
é pecado confessado meu canto é guarani...
é lamento de guri no engenho escravizado....

meu senhor, minha senhora... que pertencem ao seu tempo...
eu canto ao esquecimento por isso vou lhes chamar:
para juntos transformar a história do momento.